“A Porta Fechada”
Ana olhava para a porta fechada do quarto do filho e suspirava. Lucas, de 12 anos, parecia ter se transformado nos últimos meses. Antes, chegava da escola contando tudo animado. Agora, mal respondia às perguntas da mãe e passava horas no celular ou no computador.
Ela tentava puxar assunto, mas as respostas eram sempre as mesmas:
— Como foi a escola, filho?
— Normal.
— Aconteceu alguma coisa?
— Nada.
Ana começou a se preocupar. Será que Lucas estava escondendo algo? Será que não queria mais conversar com ela?
Quando a Comunicação se Rompe
Uma noite, depois de um dia cansativo no trabalho, Ana perdeu a paciência:
— Lucas, você não fala mais comigo! O que está acontecendo?
O garoto revirou os olhos.
— Mãe, eu só quero ficar no meu canto, tá bom?
Aquela resposta doeu. Ana saiu do quarto sentindo um nó no peito e se perguntando onde tinha errado.
No dia seguinte, comentou a situação com sua amiga Laura, que era psicóloga infantil.
— Ana, às vezes os filhos se fecham porque sentem que não são realmente ouvidos. Quando você conversa com o Lucas, você está escutando para entender ou para responder?
A pergunta pegou Ana de surpresa. Ela refletiu sobre as últimas conversas e percebeu que, muitas vezes, tentava resolver os problemas de Lucas antes mesmo de ouvi-lo de verdade.
O Poder da Escuta Ativa
Naquela noite, Ana decidiu fazer diferente. Em vez de perguntar diretamente, sentou-se ao lado de Lucas enquanto ele jogava videogame.
— Esse jogo parece legal — comentou.
Lucas olhou para ela, desconfiado.
— É, estou quase passando de fase.
— Me mostra como funciona?
Pela primeira vez em semanas, Lucas começou a falar espontaneamente. Explicou as regras, os desafios, e Ana apenas escutou, sem interromper. Depois de um tempo, sem que ela perguntasse, soltou:
— Sabe, mãe, na escola tem um garoto que anda pegando no meu pé…
Ana sentiu o coração acelerar, mas respirou fundo. Em vez de dar uma solução imediata, perguntou:
— Como você se sente com isso?
Lucas deu de ombros.
— Sei lá… meio irritado. Mas acho que posso lidar com isso.
Naquela noite, a porta do quarto de Lucas não ficou tão fechada.
Fica a reflexão.
O que mudou entre Ana e Lucas? A escuta ativa. Ana parou de pressioná-lo com perguntas e começou a demonstrar interesse genuíno pelo que ele gostava. Isso criou um ambiente seguro para que Lucas falasse sobre o que realmente o incomodava.
O psicólogo Marshall Rosenberg, criador da Comunicação Não Violenta (CNV), explica que uma comunicação eficaz não é sobre convencer ou impor opiniões, mas sim sobre criar um espaço onde a outra pessoa se sinta ouvida e compreendida.
Além disso, segundo estudos do psicólogo John Gottman, crianças que sentem que seus pais realmente as escutam desenvolvem maior inteligência emocional e melhores habilidades sociais.
Dicas para Melhorar a Comunicação com os Filhos:
👂 Pratique a escuta ativa. Em vez de responder rapidamente, repita o que seu filho disse para confirmar que você entendeu.
💬 Fale menos, pergunte mais. Em vez de “Você está bem?”, experimente: “Como foi seu dia?” ou “O que foi mais legal hoje?”
🎮 Entre no mundo dele. Descubra os interesses do seu filho e participe, seja jogando, lendo ou simplesmente ouvindo sobre os hobbies dele.
📵 Crie momentos sem distrações. Defina horários em que todos guardam os celulares para conversas reais.
Agora queremos saber: Você já passou por uma situação parecida com a de Ana? Como você lida com a comunicação em casa?
💬 Comente abaixo e compartilhe essa história com outros pais! Juntos, podemos fortalecer os laços com nossos filhos. ❤️✨